A cultura organizacional define a singularidade de uma organização e sua identidade. Ela é única e pode ser dividida em nível dos artefatos visíveis como o ambiente e os padrões de comportamento, os valores que governam o comportamento das pessoas e que podem envolver idealizações e racionalizações, os pressupostos básicos inconscientes que determinam percepções, pensamentos e sentimentos em relação à realidade.
A cultura é expressa por meio de uma rede de significados tecida pelos próprios integrantes. Os significados compartilhados, elaborados no processo histórico de construção da organização são, gradativamente, produzidos nas relações estabelecidas entre os diversos atores do contexto organizacional.
Estudar a cultura organizacional pode ser entendido como uma poderosa perspectiva para decifrar a estrutura submersa de significados pertencentes à vida organizacional e que persistem ao longo do tempo, formando a percepção das pessoas, suas interpretações e seus comportamentos.
A EXO, em 2010, realizou um estudo de benchmarking em nível mundial, o qual explora uma visão conceitual, mas com um viés altamente pragmático. A partir desse trabalho, foi desenvolvida uma metodologia, válida em termos psicométricos, denominada “Entendimento dos Traços da Cultura Organizacional (ETCO)”, que toma como re ferência, para abordar a cultura organizacional, as seguintes premissas: toda organização possui uma cultura que explica muito dos fenômenos que ocorrem na empresa; a cultura favorece ou dificulta o desempenho organizacional e pode ser diagnosticada, gerenciada e transformada.
A abordagem ETCO, por meio de um estudo quantitativo e qualitativo, tem como objetivo analisar o código de símbolos partilhados pelos membros da empresa, relacionando-os a doze características primordiais: mudanças, coletivismo, foco em resultado, ambiente igualitário, confiança, responsabilidade social e ambiental, inovação, respeito ao indivíduo, ambiente de aprendizagem, diversão, orientação externa e orientação de longo prazo. É fundamental extrair os traços culturais que estão fortemente presentes no dia
a dia da empresa. Para tal, é necessário entender esses componentes da cultura, tanto em relação à sua intensidade quanto à sua dinâmica de atuação.
O segredo é trabalhar em parceria com a cultura organizacional e não brigar com ela, caso contrário, a probabilidade de insucesso é muito grande. É preciso focar no grupo de comportamentos críticos que necessitam ser aprimorados e não tentar promover uma transformação geral e irrestrita. Para tanto, a primeira etapa deve ser conhecer os traços culturais da organização e, na sequência, alinhar e aprimorar estratégias, processos, procedimentos, políticas e rituais, assim como, estabelecer as “ondas” da cultura na qual a organização deve surfar. Ao agir dessa forma, ocorrerá uma evolução da cultura para que ela se torne um acelerador da mudança, e não um obstáculo.